terça-feira, 28 de julho de 2009

Híbrido

Visto minha hipocrisia e minha falsidade
E com olhos de pedra e voz forjada
Assisto à tudo isso com mediocridade
Pois pra quem está no tabuleiro
É só mais uma jogada
Aplauda o jogador, o vencedor,
O falso, o forjador
O indiferente, o incapaz,
Aplauda o jogo
Dite as regras, claro
Sem elas não é possível jogar sujo
Escolha o disparo e o alvo enquanto eu fujo
Visto minha hipocrisia e minha falsidade
E com olhos de pedra e voz forjada
Vivo inconsciente, vivo negligente
Falo demasiadamente, ouço raramente
Ajo inconsequente e vejo superficialmente
Rio ironicamente, mas juro que sinto sinceramente

sábado, 11 de julho de 2009

Megalomania

Morte e vida, vida e morte
Maravilhoso jogo de sorte
Tortura o que não é forte
Embriagado, rumo ao norte

Medo, pavor é o que ele tem
Saber do que, não me convém
Eu, que estou sentado no trem
Vendo a vida fazendo reféns

Louco, paranóico, refém, dopado
Doente, amador, claustrofóbico, drogado
Maníaco, pensador, esquizofrênico, alienado
Maluco, hipócrita, hemofóbico, revoltado

E ele segue, livre, sem capataz
Triste, impotente, com medo, incapaz
Gritando, sozinho, correndo atrás
De whisky e cigarros, buscando a paz

Gargalha, corado, que ironia
Bebidas, bebidas, alcool em demasia
Ainda movido por hipocrisia
Acaba o calor e se vai mais um dia

O vento bate, uma noite de frio
Volta pra adega, encher o cantil
Sem vodka e whisky, conhaque serviu
Exagerado, sem sorte, em coma caiu

E eu aqui, poesia sem métrica
Expresso o que sai dessa mente patética
Fraca, ingênua e muitas vezes cética
Sem rumo, vazia, grosseira e sem ética

terça-feira, 7 de julho de 2009

Doce Solidão

Alguns dizem que é ficar só
Outros, que é ficar em silêncio
Há também os que não se importam
Assim como os que não acreditam
Uns dizem que é insegurança
E há quem diga que é desespero
Mas quando puder sentir no meio da multidão
Descobrirá, então, a solidão
Descobrirá que ela não te faz infeliz
E muito menos te deixa fraco
Mas tolo será ao se render
E se deixar ser contralado
Inevitavelmente, ela sempre vem aos que pensam
Ela sempre vai te perseguir
E vai chegar a hora
Que vai se sentir bem com a sua presença
E aquela que te fez agonizar
Não é mais uma maldita doença

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Negligência

Cansado de ouvir
Cansado de ver
Cansado de cair
Cansado de temer
Cansado de ferir
Cansado de ser
Cansado de estar
Cansado demais pra demonstrar
Cansado
Absolutamente cansado
Cansado demais
Pra me livrar do gosto amargo
Das palavras que despejo
Talvez até pelo desejo
De não ter um sentimento tão sagaz

Versos de Inverno I

O jeito meigo que tanto me fez sorrir
Hoje, ironicamente, me fez rir
Ao lembra que um dia
Viciei em tal alegria
Me obrigando a sustentar,
Pois não quero te ver chorar

Mas mesmo o mais fiel dos românticos
Uma vez se rendeu ao quântico
Quando questionou "Ser ou não ser? Eis a questão"
Assim estou aqui, pra dizer, talvez em vão
Que eu posso estar errado
Que pode ser um engano
Mas ao menos deixe-me dizer
Eu te amo

Estou de páginas abertas
E então tiro meu véu
Pois não quero ser mais um réu
A dar frestas,
A ser julgado por sua fria compaixão
Juíza que condena,
Mas que também me estende a mão

Me livra desta dor,
Exclamo do fundo do peito
Mostra tua face
E me darei por satisfeito

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Vortex

Eu nunca pedi que entendessem a minha loucura e nem quero que o façam. Apenas preciso que me aceitem, é claro que eu não faço nada simplesmente por fazer. Cheguei ao clímax da minha vida, me sinto totalmente poderoso. Está tudo sob controle. Tudo sob meu controle. Posso não poder prever o futuro, mas sei que algo está por vir e poderá mudar meu presente estado. E o que me garante que isso não mudará meu passado? Eu sei que fiz muito mal a vocês. Principalmente a você, meu amor. Mas eu tenho a chance de mudar isso agora e tudo o que te fiz pode ser desfeito. Eu prometo que nem se lembrará que existi. O fim se aproxima, e aqui eu me despeço. Bom, até o dia em que nos conheceríamos, tchau.

Inspirado em Donnie Darko.