terça-feira, 21 de abril de 2009

Evolução? Há mesmo uma evolução? Onde está a evolução num lugar em que as pessoas se importam demais com o conceito de que "evoluíram" dos animais e se esquecem que agora são humanos? Esquecem que a "evolução" foi mais do andar sobre dois pés e ter polegares. Acima de tudo que é visível, agora podemos pensar. Pensar, como seres humanos, como seres capazes de sentir e raciocinar. É triste ver que, ainda assim, existem pessoas, e não são poucas, que agem simplesmente por instinto. Talvez o processo de seleção natural ainda esteja em andamento, talvez ainda exista uma grande porcentagem que não seja capaz de pensar e vivem a vida toda agindo à espera da consequência e não da razão. Mas é reconfortante saber que faço parte da evolução. Não completamente, pois apesar de saber que penso, que tenho emoções, que sou um diferente no meio de muitos iguais, é provável que eu não saiba o que significa a "Razão". Então, eu evoluí? Eu penso, mas muitas vezes sou movido pelo instinto e o pensamento só vem depois da ação. Buscar pela razão de uma ação que já ocorreu. Não parece muito promissor. Me convenci que devo buscar a razão do que eu vou fazer.Talvez seja mais fácil assim. Mas onde está a razão? Realmente, frustrante...

"Mornamente em gasolinas... Trinta e cinco contos!
Tens dez mil-réis? Vamos ao corso...
E Filar cigarros a quinzena inteira...
Ir ao corso é lei. Viste Marília?
E Filis? Que vestido: pele só!
Automóveis fechados... Figuras imóveis...
O bocejo do luxo... Enterro.
E também as famílias dominicais por atacado,
entre os convenientes perenemente...
- Futilidade, civilização"
(Domingo, Mário de Andrade)